Encontrei em algum blog tão desconhecido quanto o meu: "À medida que a ciência se insere mais na sociedade, a sociedade se insere mais na ciência"...Tudo está em movimento, até a menor das partículas já descobertas, os quarks, os fótons, nada pára, sinto muito Parmênides...
Quando vejo as coisas que
me circundam, percebo que o que faço quando resolvi voltar a estudar é
contemplação. Tudo está conectado, as coisas não se dissociam por vários
motivos. Um deles é o de que “coisas” não são coisas. Esse copo de cerveja aqui
do lado do computador é um amontoado de átomos, arranjados, dispostos de uma
maneira muito específica, poderia ser um sapo, poderia ser grafite ou diamante,
mas para minha sorte é cerveja. Melhor, os átomos estão com suas velocidades
reduzidas, se chocam menos uns com os outros do que os átomos da minha cabeça
ou dos meus dedos digitando isso agora. O resultado? A cerveja está gelada...
Isso mesmo, não existe esse negócio de “tá frio pra burro hoje...”, ou “Porra
quente do caralho” (quando queimei a língua no chã que fiz). Essa sensação de
temperatura na verdade é a maneira pela qual o nosso corpo percebe essa “mudança”
na velocidade dos átomos da matéria.
A transdisciplinaridade
está aí, toda vez que levanto e vejo essa cara enrugada no espelho, escovo os
dentes, tomo banho, como e saio para mais um dia monótono de uma vida monótona,
enfadonha e triste em si... Cada detalhe dessa vida, deste antes de eu acordar,
possui tanta informação e pode ser analisada de tantas infinitas maneiras, que
é impossível acreditar que esse conhecimento unilateral das coisas vá, de fato,
resolver as questões mais importantes e perturbadoras da nossa existência, se é
que algum dia resolveremos.
Se o fizermos, será
assim: Diminuindo a contemplação, aumentando a interação... Com essa nova
capacidade de integrar o conhecimento do dia a dia, da comunidade, das práxis,
empírico, ao conhecimento acadêmico, “validado” testado... Para isso precisamos
destruir as Berlins em cada universidade, quebrar seus muros, coloca-los abaixo
e apresentar o mundo à esses seres estranhos que vivem dentro dessas masmorras
universitárias, apresenta-los à luz, hehehe...
Então perceba (antes que
o caro leitor pense que meu texto se trata de uma colcha de retalhos, produto
do fato de eu estar, neste exato momento, dividindo minha atenção entre o
teclado e a minha caneca de chopp) que o universo das coisas que conhecemos é
imenso, mas não se compara à vastidão das coisas que ainda NÃO conhecemos (e
isso vale para os conhecimentos já postos, tidos como certos, vistos como
pilares, como pisos nos quais podemos sustentar nossa frágil laje). O
conhecimento transdisciplinar é o futuro (pode apostar, tô dizendo), meu
esforço particular é o de desenvolver uma tese que transite entre diversas
áreas, desafio que pretendo dar cabo, até o fim da minha existência. Propósito
é a mais doce bebida com a qual um homem pode se embriagar...
P.S.: Adorei o fim
abrupto da minha explanação... :P